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O trânsito, nitidamente pior nos últimos meses na capital paulista, está criando uma nova tendência no mercado de imóveis. Os grandes apartamentos em enormes condomínios afastados do centro devem ceder lugar para imóveis de maior valor, porém menores, e mais próximos do centro da cidade e regiões que abrigam grandes escritórios.
Parte da classe média alta está optando por pagar mais caro para morar próximo ao local de trabalho, se desfazendo de imóveis maiores e mesmo de carros de maior porte, para viver em apartamentos menores, mas com fácil acesso ao metrô ou mesmo com a possibilidade de realizar caminhadas até o trabalho.
Terrenos explicam preço
Esses imóveis, dificilmente com mais de dois quartos e raramente chegando a 100 metros quadrados, muitas vezes são mais caros do que grandes condomínios de um ou dois apartamentos por andar em regiões afastadas.
As construtoras e incorporadoras explicam o preço mais alto com seus gastos para a aquisição de terrenos. Segundo elas, construir apartamentos de maior porte em regiões como Itaim Bibi ou Vila Olímpia tornaria as unidades caras demais e inacessíveis para o público.
Americanos e europeus
Com várias construtoras migrando para esse novo filão, o mercado paulistano mostrará características da classe média europeia e americana ao mesmo tempo. Nas principais capitais europeias, muitos integrantes da classe média alta preferem viver em bairros centrais e badalados, com ótima infraestrutura comercial e acesso ao metrô, ainda que em apartamentos bem menores.
Já os americanos são conhecidos por seu estilo de vida de “periferia rica”, uma tendência que mostrou grande crescimento na capital paulista ao longo dos últimos cinco anos.
Para corretores, essa é a hora de armar portfólios de modo a poder atender os dois perfis de público, completamente diferentes e com necessidades e preferências que são praticamente o inverso uma da outra.
Outras capitais
O trânsito hoje não é um problema exclusivamente de paulistanos. Embora a tendência esteja em maior aceleração em São Paulo, outras capitais enfrentam o mesmo tipo de movimento e devem seguir a tendência nos próximos anos, entre elas Rio de Janeiro, Brasíllia, Curitiba, Porto Alegre e Salvador.
A expansão dos sistemas de metrô, que ocorre em São Paulo mas também em diversas outras capitais, será um fator determinante para indicar quais os bairros e localidades que passarão a receber projetos imobiliários com essas características.
