Por anos poucas famílias que vivem de aluguel sequer pensaram na possibilidade de alugar casas. Tidas como menos seguras e destituídas de todos os serviços que hoje são comuns em condomínios, muitos proprietários de casas tiveram de negociar aluguéis bem abaixo do mercado, ou passaram (e passam) meses ou anos com seus imóveis desocupados.
Entretanto, a falta de renda e a inflação podem se tornar aliados desses proprietários e também de corretores e imobiliárias que negociam casas ao longo de 2016. Como? Há alguns bons motivos para isso.
Casas não têm condomínio
O primeiro aspecto importantíssimo de casas é que em 99% dos casos, elas não possuem condomínio – a exceção são casas dentro de loteamentos e similares.
Sem ter de bancar altos condomínios mensalmente, as famílias podem recuperar parte de sua renda mensal e compensar perdas acumuladas ao longo de 2015. Elas não contarão com serviços e facilidades presentes nos condomínios, é claro, mas no caso de cidades como São Paulo, condomínios simples e sem grandes atrações nas regiões mais centrais e bairros de primeira linha já podem custar R$ 700,00 ou mais aos moradores.
Quando chegamos a condomínios de alto padrão, em prédios de apartamentos acima de 100 metros quadrados, valores facilmente excedem R$ 1.000,00 ao mês.
Casas são mais baratas
O boom imobiliário ocorreu, em grande parte, no mercado de edifícios e condomínios. As casas não se valorizaram tanto e, com a alta taxa de desocupação, negociar bem o aluguel é tarefa muito mais fácil. Casas com aluguéis a R$ 3.000,00 ou R$ 4.000,00 em bairros de classe média hoje podem ser facilmente alugadas com descontos de 20% ou 30% com alguma negociação. O mesmo não se pode dizer, pelo menos ainda, de apartamentos.
Muitas pessoas também procuram casas para alugar pois nesse mercado é mais fácil negociar diretamente com o dono – o que invariavelmente traz possibilidades de se conseguir descontos ainda maiores.
Enquanto apartamentos resistem, muitos proprietários de casas não devem suportar a pressão no ano que vem e terão de ocupar seus imóveis de qualquer maneira.
Possibilidades maiores de compra
Muitos dos apartamentos à disposição são fruto de aplicações de investidores, ou usados por pessoas que adquiriram imóveis novos para honrar prestações de financiamento. Apesar da cláusula de preferência para o locatário, muitas vezes donos não querem nem mesmo avaliar propostas de compra e aquisição.
Em casas, geralmente proprietários e também imobiliárias e corretores estão mais abertos a ouvir propostas. Ao término do contrato de aluguel, também costuma ser mais simples e menos burocrática a renovação, que muitas ocorre inclusive de forma tácita, sem grandes indisposições por parte dos donos.