Já ouviu falar em “home staging”? Não? Tudo bem, vamos começar do começo: já viu, em anúncios de grandes incorporadoras, mensagens como “visite o apartamento decorado”? Aí sim, não é mesmo?
Pois é, o Brasil começa a abrir mercado para esse tipo de “encenação”. O termo “staging”, em inglês, significa exatamente isso. Calma, não quer dizer que você terá atores dentro do imóvel que pretende vender, o termo está mais relacionado ao cenário que é preparado para ampliar as possibilidades de venda.
Convenhamos, por mais que possamos insistir que os imóveis que vendemos, principalmente novos, estão “prontos para morar”, isso está bem longe de ser verdade. E por sinal, a maioria de nossos clientes começa a se preocupar assim que chega ao local de visitação. Como entregamos apartamentos que, muitas vezes, sequer possuem pisos e torneiras, fica difícil não imaginar o quanto será gasto com reformas e preparação do imóvel para a mudança.
Com apartamentos decorados, além do cliente ter uma ideia mais clara do que realmente pode fazer com o imóvel que pretende comprar, esse choque inicial é atenuado, e o possível comprador não passa a fazer contas acerca do quanto gastará com piso, revestimentos, portas e janelas, mas sim com móveis e decoração. O resultado? Uma venda mais tranquila e agradável.
O serviço
Grandes construtoras e incorporadoras geralmente possuem uma equipe ou prestador de serviço próprio para realizar a decoração das unidades que servirão de “mostruário” para seus projetos. Contudo, principalmente no caso de imóveis de maior valor, muitas imobiliárias e proprietários de projetos menores começam a recorrer a escritórios de arquitetura e decoração que se especializam no home staging, um serviço já comum em solo americano.
Ao contrário de projetos tradicionais de decoração, o objetivo do home staging é transformar casas, apartamentos e ambientes em unidades decoradas sem qualquer traço de “personalização”. Ou seja, muito bonitos e bem decorados, até com estilos em particular, mas sem qualquer toque dos atuais moradores ou algo que crie alguma prevenção em um possível comprador.
Pesquisas norte-americanas mostram que o tempo de venda de imóveis que recebem uma “encenação” de home staging tende a ser até 70% menor. E velocidade em vendas quer dizer, necessariamente, projetos que andam mais rápido e se pagam e corretores mais bem remunerados, num curto espaço de tempo.
A crise e o futuro
A dificuldade de vendas durante a crise, ao contrário do que se possa supor, na verdade pode acelerar o mercado de home staging, que no Brasil dá seus primeiros passos. Imobiliárias que atuam em segmentos de maior valor parecem dispostas a investir em marketing e em ferramentas que possam garantir melhores vendas e com isso muitos escritórios já preparam serviços específicos nesse nicho.
O mobiliário geralmente é emprestado e utilizam-se artifícios para baratear o custo das “reformas” de mentira. Materiais não precisam ser de primeira e muitos dos objetos não são de fato artefatos originais. Mesmo paredes costumam ser aplicadas com papéis e pisos muitas vezes são apenas repousados sobre as superfícies, para posterior remoção.
O investimento, em imóvel de alto valor, se paga facilmente apenas com as comissões decorrentes da venda e por isso o serviço pode ganhar destaque dentre os esforços de marketing ao longo dos próximos anos.