Test-drive de Imóveis – Tendência para Reacender o Setor?

A Construtora Even parece ter inaugurado uma prática que, há alguns anos, já pode ser vista em outros lugares do mundo – o test-drive de imóveis. Você pode estar fazendo cara de dúvida neste exato minuto, mas o fato é que a ideia parece bastante promissora.

O programa da Even foi batizado de “Test Life” e inclui, além do tradicional apartamento decorado, a possibilidade de potenciais compradores de frequentar todas as dependências comuns do empreendimento: piscinas, academias, salas de vídeo e jogos, entre outros, tudo sem companhia do corretor, como se fossem mesmo moradores.

Outras construtoras devem aderir em breve à tendência e, ao menos no caso da Even, o investimento em publicidade também será pesado, mas há prós e contras para a realização desses pequenos eventos.

Por que pode dar certo?

Além do óbvio apelo publicitário do test-drive de imóveis, essa mania pode realmente afetar de modo crucial a decisão de algumas famílias em relação à compra ou mesmo aluguel de imóveis.

Especialmente para famílias com crianças das classes A e B, já é comprovado que as dependências e vantagens do condomínio possuem um grande apelo e recebem grande peso na hora de escolher o imóvel ideal.

Com uma vivência mais realista, essas famílias podem facilmente voltar suas atenções para imóveis que ofereçam a possibilidade do test-drive, o que resultaria em um rápido retorno dos gastos de marketing e preparação.

Por que pode dar errado?

Nem tudo são flores. A ideia é excelente, mas depende de alguns fatores que podem inclusive fugir ao controle da construtora ou incorporadora. Primeiramente, quem responde pelos danos causados ao patrimônio do condomínio no test-drive de imóveis?

É claro que construtoras provavelmente emitirão contratos específicos para aqueles que optarem pelo test-drive, mas a questão ainda assim é controversa, por se tratar de uma novidade. Até que casos apareçam juridicamente, não há como prever como a justiça iria se posicionar.

Ao mesmo tempo, a conservação das áreas comuns do prédio ou condomínio é essencial como ferramenta para uma boa experiência. Isso não depende apenas da construtora. Gestores e síndicos terão de manter as dependências sempre em ordem, para que estas não causem o efeito reverso – o de afastar possíveis clientes. Piscinas sujas, elevadores em manutenção, quadras sem pintura, salas de vídeo com TVs defeituosas – tudo isso passa a depor contra o imóvel e pode cancelar negócios que, teoricamente, poderiam seguir em frente.

Vale cuidado, mas a tendência é promissora e deve ganhar adeptos – e também criar algum respiro para um setor que já acumula quase um ano em ritmo de baixa.

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