Não adianta mais tapar o sol com a peneira – o mercado brasileiro está estagnado, com empréstimos e linhas de crédito em franca redução e muita gente que ingressou em financiamentos pesados tendo de vender, transferir ou mesmo desistir de seus imóveis novos. Nesse cenário, permanecer com a mesma carteira pode significar o suicídio para alguns corretores de imóveis. Contudo, oportunidades também se abrem, mesmo em momentos de baixa do mercado.
Lucrar na crise
Toda crise causa, mais do que o esvaziamento de um mercado, a migração para mercados mais baratos, de menores juros e com um tempo de endividamento mais curto. Mesmo no caso de pessoas que estão tendo de vender seus apartamentos e casas ou transferir financiamentos, estamos falando de possíveis clientes com algum capital nas mãos, dispostos a encontrar um novo imóvel, mais barato e acessível que o anterior.
O problema está em sua carteira: como corretor, você provavelmente terá de fazer alguns ajustes nela para acomodar uma nova realidade de sua clientela. Imóveis em regiões periféricas, bairros bons em cidades vizinhas das capitais, regiões ainda em valorização e também apartamentos menores terão de fazer parte de seu portfólio de imóveis de hoje em diante.
Se você acompanha de perto clientes que fecharam a compra ou financiamento de um imóvel há 2 ou 3 anos, saberá de antemão quais deles estão em busca de opções mais baratas e que possam ser financiadas por juros menores.
Antes mesmo que eles possam começar a procurar, crie uma listagem de opções e ofereça seus serviços. Um corretor proativo certamente prevalecerá nessa crise e, talvez, até mesmo possa lucrar mais do que antes com um novo perfil de cliente.
Pesquisa de oportunidades
Comece hoje mesmo a trabalhar uma pesquisa de oportunidades para esse fim. Em uma ponta, tente verificar quais as regiões pretendidas por clientes que querem racionalizar seus custos com moradia. Por exemplo, pergunte-se se alguém que mora na Zona Sul ou Leste de São Paulo aceitaria uma mudança para um bairro bom na região do ABC Paulista ou mesmo em cidades como Osasco, Cotia, Guarulhos e outras da região metropolitana.
Geralmente esses clientes não querem se distanciar muito, porém uma mudança para outro município, quando bem calculada, pode auxiliá-los a reduzir custos sem grande impacto em seu cotidiano. Cabe a você corretor separar e categorizar essas sugestões, antes mesmo que seus clientes deem conta de sua existência.
Também é preciso estudar com calma municípios e bairros mais baratos, mas que tenham a comodidade e os serviços de regiões mais caras. Algumas áreas em valorização podem ainda dispor de imóveis mais em conta, porém uma boa estrutura e serviços compatíveis com uma classe média que quer reduzir seus gastos com habitação. Crie mapas de ação – bairro X e Y para atender a antigos moradores de uma região mais cara, ou cidades vizinhas com fácil acesso a centros comerciais e financeiros das capitais.