A pergunta é recorrente e não ocorre apenas na profissão de corretor de imóveis, mas como o ‘boom’ do mercado imobiliário dos últimos cinco anos, muita gente decidiu se aventurar na carreira, parte dessas pessoas seduzidas por promessas de ganhos mensais da ordem de R$ 15 mil ou R$ 20 mil – mas é isso mesmo?
É difícil responder a essa questão sem uma série de avaliações em primeira instância. Como em algumas outras carreiras, corretores dependem diretamente de seus resultados para auferir maiores ganhos – e isso às vezes demora a ocorrer.
Autonomia
Todos gostam dessa palavra, mas em termos de trabalho ela difere um pouco em seu significado. O trabalho do corretor de imóveis segue moldes diferentes daqueles ditados pela CLT, uma vez que ele se enquadra na categoria de profissional autônomo. Alguns direitos relativos à férias, 13° salário e FGTS não existem e, embora algumas imobiliárias concedam prêmios e bonificações que até superam esses direitos, eles geralmente estão vinculados ao desempenho do profissional.
Corretores geralmente dispõem de um salário relativamente baixo, mesmo quando registrados, mas possuem uma comissão sobre o valor de venda dos imóveis que negociam – e esse percentual geralmente é definido pelo CRECI em cada estado ou região de atuação.
Mas nem tudo é venda
Entretanto, embora o corretor possa ganhar vultosas somas com a venda de algumas propriedades, seu trabalho diário não está limitado a vender. É preciso atuar na avaliação e fiscalização de imóveis, negociação de serviços e contratos de locação, administração de aluguéis e até de condomínios e lidar com uma infinidade de documentos e papéis. Algumas dessas áreas proporcionam honorários e ganhos também, mas geralmente bem menores do que as gordas comissões da venda de imóveis.
É sempre bom, antes de decidir pela profissão de corretor, consultar as condições médias de remuneração do mercado em que você atua, bem como níveis de comissão e rendimento, preferencialmente junto ao CRECI, que é a entidade que rege o segmento.
Também é bom conversar com outros corretores – muitas vezes a promessa de ganhos milionários não se concretiza e isso pode levar a decepções. Em outros casos, a probabilidade de ganhar um bom dinheiro realmente é palpável e vale a pena o investimento.
Trabalho duro
É possível ganhar dinheiro no mercado imobiliário. Mesmo em épocas de baixa, vendas ocorrem e sempre remuneram bem os profissionais envolvidos. Contudo, antes de optar pela corretagem de imóveis, é bom ter em mente que para ser um corretor você precisará:
- Confeccionar uma boa carteira de clientes e prospects. Quanto mais gente disposta a comprar imóveis você tiver na manga, mais fácil será negociar as propriedades que chegam a suas mãos.
- Ter paciência. Muitas vendas demoram meses até serem plenamente negociadas e fechadas e sua função como corretor é acompanhar todo processo e não tentar apressá-lo a todo e qualquer custo.
- Atuar legalmente. O preço de negociatas e “jeitinhos” pode ser caro e até mesmo custar o seu CRECI, que permite a atuação como corretor. Haja sempre dentro dos limites legais e mantenha seu profissionalismo.
- Esqueça o horário comercial. Se você pensa em atuar apenas nos dias da semana e em horário comercial, talvez seja melhor optar por uma carreira mais amparada pela CLT e com horários e funções constantes e descritas.
- Tenha perseverança. O corretor de imóveis é um otimista convicto e vende imóveis exatamente por transparecer sua garra e confiança aos clientes.