O enorme período de vacas gordas que vivemos no mercado imobiliário nos últimos cinco anos fez crescer os olhos de muita gente a respeito dos altos ganhos auferidos por alguns corretores. É bem verdade que, em alguns contratos e fechamentos, as comissões podem ser astronômicas, mas o fato é que corretores dispõem de salários e, por maiores que sejam suas comissões, elas não são sempre constantes.
Médias e variáveis
Antes de mais nada, vale dizer que podem ser duas as componentes do salário de um corretor: o salário-base, geralmente mais compatível com uma ajuda de custo; e as comissões e bônus, variáveis e pagos em cima de negócios fechados.
Para se chegar ao salário médio de um corretor, analisar os ganhos de modo mensal é absurdo e descabido. Um bom corretor pode fechar um imóvel de milhões e receber, em um único mês, somas como R$ 50 mil. Contudo, o mesmo corretor não fecha nada no mês seguinte, recebendo apenas o salário-base, algo muito raro no mercado e, quando existente, até menor que o salário mínimo.
Para se chegar a um valor médio realista, é preciso analisar os ganhos de cada corretor em um intervalo considerável – 12, 18 ou 24 meses. A partir da média para esse período, aí sim é possível dizer quais são, de fato, os ganhos mensais aproximados desse profissional.
Os autônomos
Antes de responder à pergunta do título, é preciso saber qual o tipo de corretor. Bem, há corretores autônomos, ou seja, aqueles que atuam por conta, em seu próprio escritório ou residência, respondendo inclusive pelos custos de captação de clientes e imóveis, papelada, marketing, etc.
Esse corretores não dispõem de salário – auferem ganhos apenas a partir das comissões dos contratos e imóveis que negociam. Por lei, essa comissão não deve exceder 6% do valor do imóvel.
Os ganhos nesse caso estão totalmente atrelados a resultados e, embora comissões possam até ser mais gordas, há meses de bonança e também de penúria.
Parceria
O segundo tipo de corretor é aquele que atua em “parceria” com uma ou mais imobiliárias. As empresas assumem custos de captação, publicidade e escritório e disponibilizam sua carteira e portfólio para os corretores parceiros.
Essa é a modalidade mais comum no mercado – as comissões são menores, mas aumenta o volume de imóveis que podem ser ofertados. Nesse caso, comissões variam entre 0,8% e 2%, a depender do nível, cargo e desempenho de cada corretor.
Existem ainda corretores com funções específicas – alguns especializados em imóveis comerciais, outros em residenciais. Há inclusive responsáveis por captar imóveis para o portfólio da imobiliária. Comissões, nesses casos todos, podem ser diferenciadas.
Contratados
Não é comum, mas em casos muito específicos corretores podem ser contratados como funcionários. Geralmente isso apenas ocorre quando imobiliárias pretendem utilizar o profissional em outras funções ou de forma semi-interna. Ainda assim, salários tendem a ser baixos e comissões continuam a se aplicar.