Muitos falaram que iria baixar, mas até agora construtoras, incorporadoras e até proprietários parecem estar segurando firme. Só há um problema – não está funcionando. Recentes índices e estudos mostram que finalmente alguma baixa vem ocorrendo no setor e, talvez, promoções e bônus não sejam mais suficientes para segurar os preços de imóveis.
Não há consenso para o ano que vem, mas a pequena baixa dos últimos meses poderia culminar em uma enorme queda de valor no segmento ou, como brasileiros, poderíamos simplesmente assistir a uma estagnação de anos nesses valores. O segundo cenário é mais provável, uma vez que a inflação segue subindo e acelerando, ao passo que imóveis seguem relativamente com preços inalterados.
Qualquer que seja, alguns números do setor já começam a preocupar até mesmo aos mais otimistas dentre os investidores do segmento imobiliário, e a queda já está ocorrendo – a questão é por quanto tempo ela irá se prolongar e quanto o valor dos imóveis será realmente afetado no médio prazo.
Calamitoso
Alguns índices apontam grande queda nos preços de imóveis em 2016, como é o caso do FipeZap. O índice prevê que a queda real em 12 meses até meados de 2016 deverá atingir algo em torno de 10%, o que faria com que, somado o efeito da inflação, os valores dos imóveis chegassem ao equivalente ao praticado no ano de 2011.
O relatório mais recente da FipeZap aponta que, após alta real de 0% em 2014, preços de imóveis já recuaram, em termos reais, 5% este ano, para uma inflação acumulada de cerca de 7% em 2015.
Alguns economistas também falam em queda nos preços dos aluguéis no médio prazo, o que agravaria ainda mais a situação: com o aluguel recuando, ainda menos pessoas se sentiriam dispostas a ingressar em um financiamento.
Otimistas
Há, no entanto, alguns economistas e especialistas mais otimistas em relação ao destino dos preços de imóveis para os próximos anos. Eles acreditam que as condições de financiamento habitacional deverão melhorar, com sensível aumento do crédito após o começo de 2016, o que faria com que famílias que agora estão atrasando sua decisão de compra a adquirir imóveis com maior facilidade.
Aumento das devoluções
Essa é uma situação que também preocupa o segmento. O número de imóveis devolvidos por diversos motivos é algo que também subiu consideravelmente desde o início da crise. São basicamente dois grupos de devoluções: pessoas que não têm como arcar com o financiamento, e realizam acordos para a desistência da compra; e pessoas que desistem dos novos imóveis por conta de atrasos na entrega. Muitas construtoras diminuíram o ritmo das obras, em razão das fracas vendas, o que começou a afetar as entregas das unidades que já haviam sido comercializadas.