Muita gente, com a crise, está passando adiante pontos comerciais nas principais capitais e maiores cidades brasileiras. Proprietários têm estado mais alarmados a respeito dessa onda de devoluções e temem pelo pior na hora de arrumar novos inquilinos.
O fato é que está mais difícil conseguir capital ou empréstimos e, embora isso não seja do agrado de muitos proprietários, talvez seja a hora de conceder um pouco mais nos novos contratos de aluguel, “ajudando” novos inquilinos a darem largada em seus negócios e gerando uma rápida rotatividade nos imóveis e pontos.
Milagre não existe, e você como corretor deve deixar isso bem claro para seus principais clientes. Talvez cláusulas nas quais eles assumem parte das reformas das propriedades para instalação de novos comércios sejam uma saída inteligente para a crise que abateu o país.
Compartilhando custos em imóveis comerciais
Nenhum imóvel, comercial ou não, está de fato “pronto para morar ou usar” no Brasil. Nossa concepção de pronto, do jeito que vendemos, geraria enormes processos nos principais países desenvolvidos. O que ocorre, na verdade, é que qualquer empresa que precise se instalar em um novo ponto tem de investir pesado em reformas e adequação do local antes mesmo que possa abrir suas portas.
Não raro, comerciantes têm de bancar 3 ou mais meses de aluguel sem ter seus estabelecimentos abertos, até que possam criar um ambiente no qual possam atender clientes e também cumprir com as regras prediais e legais das prefeituras nas quais estão instalados.
Assumir parte desse custo pode ser uma estratégia inteligente para escoar logo pontos comerciais que estejam ociosos, e há basicamente duas maneiras de fazê-lo:
- Investindo minimamente na adequação dos imóveis e pontos em relação a normas legais, com a instalação de banheiros, adequação da parte hidráulica e elétrica e até mesmo montagem de balcões e outros espaços, no caso de imóveis que terão uso comercial claro.
- Isentando novos inquilinos do aluguel durante o processo de reforma e adequação, fazendo com que eles não tenham que arcar com a despesa antes de iniciar operações e conseguir faturamento regular para bancar o aluguel.
Ainda há gente buscando pontos, mas essas variáveis serão de extrema importância a partir de agora no processo de decisão. Um ponto caro e muito bem localizado está sendo rapidamente trocado ou substituído por pontos razoavelmente bons, porém com melhor infraestrutura e proprietários mais “parceiros”.
Para seus clientes, é preciso convencê-los de que o processo de investimento no ponto é algo que os fará passar com maior suavidade pela crise. De nada adianta possuir um excelente ponto que ninguém pode alugar, ou pior, enfrentar uma possível onda de inadimplência por parte de comerciantes e empresários que simplesmente não poderão pagar pelo seu imóvel.