Áreas em Desvalorização – Possível?

Durante mais de 10 anos de boom comercial na área de imóveis ouvimos falar das tais áreas em valorização. De fato, algumas delas valorizaram absurdos, e em menos de uma década viram os valores médios de seus imóveis mais que dobrarem. Outras, contudo, ainda estão para valorizar. O problema agora é – em qual delas investir?

A resposta rápida geralmente é a área valorizada, mas vamos parar para pensar um minuto. Se o mercado está em queda, que preços serão primeiramente corrigidos? Aqueles que inflacionaram ao longo dos anos ou os que permaneceram mais baixos e cujos bairros ainda não “estouraram”?

A resposta, na verdade, é a segunda alternativa.

Ascensão na baixa

Por mais incrível que pareça e por pior que esteja o mercado, alguns bairros estão não apenas mantendo o preço dos imóveis, mas inclusive subindo valores. A questão aqui é o que as pessoas, agora que o país está em crise, realmente podem comprar.

Bairros que valorizaram demais ao longo dos anos hoje apresentam apartamentos de entrada que excedem os R$ 500 mil nas principais capitais e grandes cidades do país. Sem a Caixa e outros bancos financiando 100% do valor do imóvel, o negócio apertou e agora é preciso caprichar na entrada, que chega a atingir 20%, 30% ou até 50% do imóvel. Será que tanta gente assim tem R$ 250 mil sobrando?

Provavelmente não, mas alguns de nós, somando o FGTS às economias, conseguimos dispor de R$ 50 mil ou R$ 100 mil. Além disso, imóveis de menor valor têm também prestações que cabem melhor no bolso e, não raro, condomínios mais em conta também.

Seja como corretor ou investidor, talvez estejamos dando murro em ponta de faca ao nos manter atuantes em bairros excessivamente valorizados, cujos preços e vendas agora só podem cair. A desvalorização é o destino de quem atua nessas carteiras.

Nova curva

Além de receberem famílias provenientes de outros bairros mais inflacionados, esses bairros mais baratos ainda têm boas possibilidades de valorização, tanto pela demanda, quanto pela infraestrutura. Em regiões como São Paulo, por exemplo, imóveis estão em desvalorização “tácita” em vários bairros da cidade.

Na região metropolitana, contudo, as vendas continuam aquecidas em cidades vizinhas como Osasco, São Bernardo do Campo, Santo André, Guarulhos e outras. A tendência é que muitos moradores da cidade migrem para os municípios vizinhos, que também crescem sua estrutura comercial para atender aos novos moradores. O resultado? Uma boa valorização ao longo dos próximos cinco anos.

Bom para quem compra, para quem investe e também para quem vende – apartamentos não encalham com tanta facilidade nessas regiões e, para corretores, embora a comissão seja menor, as vendas fecham de modo muito mais fácil – uma boa garantia de renda mensal, ao invés de meses de negociação para um único fechamento.

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