O mercado de imóveis está longe de dar uma guinada e voltar aos gordos números de 2012 ou 2013, mas ainda é possível ver uma luz no final do túnel. Como já publicamos, imóveis de alto e altíssimo valor ainda compreendem um filão interessante, para corretores que têm mais paciência e uma carteira mais endinheirada, mas não é todo mundo que tem essa facilidade.
A verdade é que o governo anunciou um pacote de “incentivo” ao segmento imobiliário extremamente humilde, mas para quem atua com propriedades negociadas a valor de menos de R$ 400 mil, talvez seja um momento interessante.
Por quê esse valor?
O governo lançou uma liberação de mais de R$ 4 bilhões para uma linha conhecida como Pró-Cotista FGTS. O sistema dessa linha cobra juros mais baixos que os praticados, que apenas subiram, permite o financiamento de até 90% do valor do imóvel pelo Banco do Brasil e 80% pela Caixa (sendo que agora somente liberam 50% do valor) e também está restrita a trabalhadores com conta vinculada ao fundo de garantia há mais de três anos.
E os valores? Bem, o problema é que o Pró-Cotista está restrito a imóveis até R$ 400 mil pelas próprias características do programa, embora permita o financiamento de novos ou usados.
A linha ficou suspensa por alguns meses em 2014 e antes possuía limites de R$ 750 mil para algumas praças mais caras e de R$ 650 mil para as demais praças, mas agora o governo unificou os patamares para imóveis até R$ 400 mil.
Na faixa certa
Apesar de “parecer pouco”, a linha vem em um momento bastante oportuno. Os imóveis até R$ 400 mil viraram um interessante filão do mercado imobiliário, e isso se deve a duas razões principais:
- Famílias da classe média que ainda não possuem casa própria e agora não têm como acessar financiamentos maiores ou com maior cobertura do valor do bem, procuram propriedades mais baratas, com as quais possam arcar.
- Já se observou a tendência de “migração” para cidades vizinhas em centros urbanos como São Paulo ou Belo Horizonte. Em cidades como São Bernardo, Osasco e Guarulhos, por exemplo, imóveis de igual padrão podem ter preços 30%, 40% ou mais abaixo dos patamares negociados na capital.
O que fazer como corretor?
Como sempre, um corretor precisa não apenas conhecer bem o perfil de seus clientes, mas os mecanismos que permitam a ele financiar e pagar pelos imóveis que procura. Antes de mais nada, informe-se a respeito das regras de uso e critérios de aprovação para essa nova linha, afinal você não quer perder nem o seu tempo nem o do seu cliente.
Verifique documentação, regras de adesão e aprovação, converse com gerentes em busca dos níveis de exigência e critérios mínimos das linhas e também comece a organizar uma lista com seus “alvos” para o novo programa. Parece muito, mas R$ 4 bilhões podem acabar indo embora rapidinho…